English Português Español Français
LEONARDO RINALDI
Destaques Ensaio sobre a escassez
1
2

Resumo:
 
Projeto gráfico de livro – Criação, conceituação e execução de todo o projeto, incluindo a diagramação de todo livro, capa, ilustrações e acompanhamento gráfico no final do ano de 2017.
 
Publicação que agrupa os artigos do membro do Conselho Técnico1 da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)2, Carlos Thadeu de Freitas Gomes, até então Chefe do Departamento de Economia da CNC, e que foi um dos Diretores do Banco Central do Brasil. Esse livro seguiu as regras do Projeto de Padronização das Publicações da CNC3 (projeto esse realizado em 2016).
 
Trabalho criado em conjunto com o autor. O livro é uma coletânea de artigos que em sua grande maioria foram proferidos na forma de palestra/apresentação e depois ganharam o formato de artigos. Alguns eram oriundos de revistas e de outras mídias, onde o autor teve seus textos publicados.
 
Processo e conceituação:
 
O trabalho começou em uma reunião com Carlos Thadeu de Freitas Gomes, na sua sala, onde abordamos os objetivos e as possibilidades do livro, partindo então para sua conceituação, economista, uma pessoa muito fácil de lidar e rapidamente definimos o necessário, partimos da ideia inicial de que a Economia é um estudo que aborda a escassez, fazendo um paralelo com o Don Quixote, personagem do livro que carrega o seu nome, do autor Miguel de Cervantes, com suas lutas contra os moinhos de vento, equações mirabolantes para transformar a realidade dos cálculos em um ambiente mais farto, a luta entre o mundo físico, Don Quixote, e o abstrato, moinhos de vento, onde na economia se luta contra algo intangível, invisível, buscando sempre o resultado mirabolante e que pode causar um estrago imenso na estabilidade de uma empresa, de um país. Gostaria de ter tido mais espaço para climatizar o livro neste tema, mas tive apenas a diagramação do miolo, que é um espaço mais métrico e pelo projeto (sintético no quesito a liberdade gráfica) restou-me apenas a capa e o verniz da capa.
 
Após diagramar todo o material e recriar os gráficos e envia-los para a revisão, comecei a estudar esboços para a capa, costumo estudar a temática de cada trabalho de diferentes formas, ir a livraria é sempre uma das importante alternativas nessa fase inicial de pesquisa e entendimento do assunto para a abordagem, foi na livraria Cultura, da Rua Senador Dantas, no Centro do Rio de Janeiro, que um livro me chamou a atenção por usar um recurso gráfico diferente, o livro era “Deuses americanos” do Neil Gaiman, tinha um fundo azul e uma textura, essa última aplicada através de um verniz áspero, comprei a publicação e a enviei para uma das melhores gráficas no Brasil, a Stilgraf, gráfica situada na cidade de São Paulo, pedi para que eles analisassem o recurso, pois tive essa ideia de usar esse recurso gráfico no livro, pois o título carregava a palavra escassez e a escassez é aspera, tratava-se do verniz texturizado, que dá uma tessitura sutil, pequenas bolhas davam aspereza àquela capa, atendendo à minha intenção de dar um ar de seco, áspero e atritante. Este projeto prosseguiu na etapa de pesquisa de uma forma mais peculiar do que o comum para mim, geralmente perco muito mais tempo em pesquisa e nessas abordagens iníciais com o autor/cliente, mas o tema muito lúdico e a direção acertiva dada pelo autor, muito direta, me levou de encontro ao conceito visual de forma muito clara, como que fora jogado em cima do conceito.
 
Na concepção da capa, trabalhei com o escasso, e se é que ele tem uma cor, essa a cor é a preta, o “nada”, a falta de luz, desenhei um Don Quixote, usando ainda uma coloração avermelhada buscando uma sintonia com o povo cigano que habitara aquelas regiões (tenho essa referência por a minha ex-esposa ter feito dança cigana e o preto e o vermelho serem as cores base dos vestidos, sempre trazendo uma energia diferente), meio que envolto no breu, na busca de dar um ar mais tenso. E o moinho, quis deixar bem clara uma noção de inconcluso, de um moinho que está em fase de projeto, um monstro inacabado, que ainda está no papel, algo abstrato, a luta do ser humano, um ser economista, com algo intangível, um inimigo não muito claro, ainda. Busquei nas orelhas do livro, trazer cores quentes, cores de referência a Espanha de Cervantes, e utilizar as mesmas de forma complementar ao preto da capa. No verso de capa, coloquei uma imagem simples de um moinho, bem rebaixada, apenas uma sutileza para fechar a capa e o verso em tons bem próximos.
 
Essa publicação não teve acompanhamento gráfico, enviei o livro para três empresas cotarem e sugeri para ser feito com a que já estava estudando o processo de feitura da publicação com o verniz texturizado. A diretoria concordou com meus argumentos, e como a gráfica era em São Paulo, pedi apenas as provas e versões de impressão e acabamento para ver ser tudo estava saindo da melhor maneira possível. 
 
1 Conselho Técnico da CNC – Grupo aonde vários homens e mulheres que se destacaram em suas respectivas áreas apresentavam palestras e que viram posteriormente artigos, são eles diplomatas, juizes, advogados, economistas, filosofos etc., dentre eles o Coordenador do Conselho Técnico da CNC e Conselheiro Economico da CNC, Ernane Galvêas (ex-Ministro da Fazenda do Brasil (1980-1985) e ex-Presidente do Banco Central do Brasil (1968-1974 e 1979-1980)(IN MEMORIAN)), José Bernardo Cabral (Relator da Constituinte Brasileira de 1988, ex-Ministro da Justiça e ex-Senador da República), Carlos Tadeu de Freitas Gomes (ex-Diretor do Banco Central), Cid Heraclito de Queiroz (ex-Procurador-Geral da Fazenda Nacional de 1979-1991), Ives Gandra da Silva Martins (Professor Emérito das Universidades Mackenzie, UNIP, UNIFEO, UNIFMU, do CIEE/ O Estado de São Paulo, das Escolas de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME), Superior de Guerra (ESG) e da Magistratura do Tribunal Regional Federal da 1a Região; Professor Honorário das Universidades Austral (Argentina), San Martin de Porres (Perú) e Vasili Goldis (Romênia); Doutor Honoris Causa das Universidades de Craiova (Romênia) e das PUCs do Paraná e Rio Grande do Sul, e Professor Catedrático da Universidade do Minho (Portugal); Presidente do Conselho Superior de Direito da FECOMÉRCIO-SP; ex-Presidente da Academia Paulista de Letras (APL) e do Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP)), Arnaldo Niskier (Membro da Academia Brasileira de Letras e ex-Presidente do CIEE/RJ), Vasco Mariz (historiador e diplomata, ex-Embaixador do Brasil no Equador, Israel, Chipre, Perú e Alemanha), Nelson Mello e Souza (filósofo, ex-Chanceler da Universidade Estácio de Sá e membro da Academia Brasileira de Filosofia), Samuel Buzaglo (advogado, ex-Sub-Procurador-Geral da República), João Paulo de Almeida Magalhães (economista e pesquisador do Centro de Estudos para o Desenvolvimento do CORECON/RJ), Arnaldo Wald (advogado e Professor Catedrático da UERJ), Marcus Faver (Desembargador, ex-Presidente do TJRJ), Claudio Contador (economista, Diretor-executivo da SILCON), Mary Del Priore (historiadora e escritora, membro da Academia Paulista de Letras), João Ricardo Moderno (jornalista), Roberto Fendt (economista, ex-Secretário Especial de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Secretário Executivo do Conselho empresarial Brasil-China), Maria Beltrão (arqueóloga, cientista e pesquisadora, ex-professora da UERJ, ex-Diretora de Relações Externas do IHGB), Gilberto Paim (jornalista) etc.
 
2 Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC – cnc.org.br) – Entidade sindical Patronal, que agrupa 34 federações em todo o território brasileiro, 27 referentes aos seus respectivos estados no Brasil e 7 dessas 34 em ambito nacional, são mais de cinco milhões de empresas representadas do comércio que geram cerca de 25,5 milhões de empregos diretos e formais, com a sua estrutura, atua para que o setor esteja sempre presente na formulação das políticas públicas, seguindo o trâmite das proposições de interesse no Congresso Nacional e na defesa da Constituição, tendo sempre em foco as leis que possam impactar o segmento. 
 
A CNC foi fundada em 4 de setembro de 1945, seu atual presidente é José Roberto Tadros, que sucedeu Antonio Oliveira Santos, em eleição que foi realizada em 2018, e é a responsável pela administração de duas instituições de grande atuações no Brasil e que formam um dos maiores sistemas de desenvolvimento social do mundo, a instituição de Serviço Social do Comércio (Sesc – sesc.com.br) e a instituição de Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac – senac.br), a primeira citada, com projetos sociais, tais como o Mesa Brasil, Programa Ecos de sustentabilidade etc. (atua nas seguintes áreas: Alimentação, Assisntência Social, Cultura, Educação, Esporte, Lazer, Saúde, Sustentabilidade etc.) e a segunda no auxílio à formação e à capacitação de funcionários de empresas do setor do comércio (lojistas, garçons, chefs, hotelaria etc.).
 
3 Projeto de Padronização das Publicações da CNC – Projeto em que a chefe da Assessoria de Comunicação, Cristina Calmon, os jornalistas do setor e quatro designers da CNC (eu incluso), juntamente com uma assessoria de comunicação externa e um escritório de design gráfico contratado, nos auxiliaram no projeto e na tomada de decisões, estudaram todas as publicações produzidas na entidade até a data presente, criando uma linha de raciocínio, confrontando-as umas com as outras, segmentando os diversos tipos de conteúdo da entidade e criando uma harmonia em relação a nova identidade visual da CNC (lançada 2012), criando uma catalogação etc. As publicações ficaram divididas em grupos: 1) Livros técnicos; 2) Livros autorais; 3) Relatórios; 4) Manuais; 5) Revistas; 6) Informativos digitais. 
 

Destaques

Identidade visual

Editorial